quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O cotidiano escolar.

Buscar algo inovador que possa levar os educandos a adquirir o gosto pela leitura, a questionar mais, fazer experiências, enfim a despertar seus interesses pode-se fazer uso da teoria da aprendizagem significativa de Ausebel, pois ela trata a educação de maneira bem ampla. De início a escola deve deixar o currículo mais flexível permitindo que se trabalhe com temas transversais que estejam conectados com o cotidiano das crianças. Acho que seria muito interessante trabalhar com projetos que envolvessem não só o aluno, mas também sua família ou pessoas da comunidade e os temas dos mesmos fossem atuais e sugeridos pelos alunos.
A partir de situações concretas o professor deve criar atividades significativas, situações problemas e se colocar como mediador para que os educandos construam seus conhecimentos, assim formaremos alunos mais atuantes do que passivos. Deve-se também considerar sempre a afetividade do aluno, o professor tem que estar em sintonia com seus educandos, tem que existir afeto, ética e a harmonia. Este é um detalhe muito importante que às vezes escapa de alguns educadores, pois o que mais temos em sala de aula são alunos afetivamente carentes que merecem a nossa atenção.
Hoje em dia o professor deve ser dinâmico, inovador, criativo para surpreender seus educandos sempre. As atividades devem deixar de ser monótonas, cansativas e passar a ser divertidas. O uso de um simples acessório como um chapéu ou o uso de recursos tecnológicos podem fazer do ato de ensinar e aprender um desfio estimulante.
A aprendizagem significativa pode promover mudanças reais no comportamento dos nossos alunos, mas para que isto ocorra é preciso primeiro que haja uma mudança na maneira de pensar dos pedagogos e a partir de então mudem suas atitudes, pois como diz um conhecido ditado “As palavras educam, mas os exemplos arrastam.” Acredito que só assim construiremos uma escola mais justa, mais humana, acolhedora e igualitária na qual nossas crianças poderão se apoiar para se tornar cidadãos mais atuantes

PSICOLOGIA E PEDAGOGIA

A princípio sabemos que a Psicologia era uma ciência que não estava atrelada a Pedagogia, pois tinham interesses opostos já que a Escola Tradicional via o aluno como o mal (pecado original) que deveria apenas se espelhar no adulto para aprimorar seu desenvolvimento humano, portanto não haveria nenhum outro desenvolvimento.Mas com o surgimento da Escola Nova as idéias de Sigmund Freud se tornam de relevante importância para os pedagogos , pois permitiu que a educação fosse vista a partir de bases científicas. É a partir de tal fato que se tornaram cúmplices na área educacional.
A Escola Nova precisava compreender o desenvolvimento infantil e as crianças apresentavam diferentes desempenhos.Os Pedagogos recorreram então aos Psicólogos para buscar respostas e eventuais soluções para tais questões. Isto se deu no início do século XX , conhecido também como século da criança,período no qual houve um crescimento muito grande na educação que passou a ser vista como responsável pelo desenvolvimento da sociedade, ou seja a educação se torna mais ampla e com um peso político maior.Era preciso transformar, rever os conceitos e aprimorá-los à fim de que melhorasse o desenvolvimento das crianças .
A escola deixa o seu olhar disciplinador, punitivo e passa a olhar seus educandos sob a ótica do saber , da construção do conhecimento e do desenvolvimento do conhecimento.O professor educador muda sua postura , criando situações que favoreçam o aprendizado do aluno e para que isto acontecesse o professor busca na Psicologia conhecimentos sobre o desenvolvimento da criança para melhor adequar seus métodos educacionais.
A Psicologia foi muito útil, pois forneceu instrumento como os testes da inteligência e de aptidão e as clínicas passaram a atender as crianças com dificuldade de aprendizagem, mas por outro lado acabou definindo a educação como o desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos, desvinculando-os da sociedade. Com isto o aluno que possuía alguma dificuldade de aprendizagem de vítima passa a ser réu, pois a Psicologia tira a culpa da escola, dos seus parcos recursos, do autoritarismo, da manipulação da classe dominante, não há interesse real em conhecer os métodos de ensino aplicados pelo professor, nem conhecer a realidade da família da criança assim é mais fácil jogar a culpa no mais fraco.E para garantir tudo isto a Psicologia formula teorias e estudos sobre o relacionamento de escolaXpaisXprofessoresXalunos.
É necessário que a Psicologia perca sua cumplicidade com a Pedagogia e supere a idéia de que todos os indivíduos se desenvolvem de forma igual.

REFLETIR

Ato de refletir
Para Paulo Freire a reflexão é o movimento realizado entre o fazer e o pensar, entre o pensar e fazer, ou seja, no “pensar para o fazer” e no “pensar sobre o fazer”. Nesta direção, a reflexão surge da curiosidade sobre a prática docente. Essa curiosidade inicialmente é ingênua.No entanto com o exercício constante, a curiosidade vai se transformando em crítica. Desta forma, a reflexão crítica permanente deve constituir-se como orientação prioritária para a formação continuada dos professores que buscam a transformação através da sua prática educativa.
Para Dewey a reflexão tem uma função instrumental, origina-se no confronto com situações problemáticas, e sua finalidade é prover o professor de meios mais adequados de comportamento para enfrentar essas situações. A reflexão é estabelecida em cinco etapas.Pode-se acrescentar que a reflexão é o discernimento da relação entre o que tentamos fazer e o que acontece como consequência.
Para Schön reflexão é refletir sobre a ação examinando refleximante o que aconteceu e tentando descobrir como nossa ação pode ter contribuído para o resultado, ou refletir no meio da ação,sem interrompê-la, chamando esse processo de reflexão-na-ação. A reflexão permite fornecer ao professor informação correta e autêntica sobre sua ação e as conseqüências desta.
Os três autores deixam claro nas suas definições que o processo reflexivo deve fazer parte do cotidiano do professor , ir de encontro as situações problemáticas buscando novas mudanças para transformar o processo ensino-aprendizagem.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

resenha- avaliação

RESENHA

AVALIAÇÃO


A avaliação tem sido muito discutida nos dias atuais, pois é um momento muito importante no processo de ensino-aprendizagem e deve ser feita continuamente.
Para o processo de avaliação interessa a aprendizagem do aluno, portanto, ela deve ser diagnóstica no sentido de permitir a tomada de decisões em relação aos problemas diagnosticados para a melhoria da aprendizagem, deve ser inclusiva, permitindo a melhora do aluno e não sua exclusão, investigativa, intervindo no processo de ensino-aprendizagem de forma a ajudar o aluno a sanar suas deficiências na aprendizagem.
Muitas vezes, a escola diagnostica e utiliza instrumentos avaliativos que não permitem investigar até que ponto o trabalho pedagógico desenvolvido promoveu mudanças no processo de aprendizagem, muitos utilizam a avaliação como práticas punitivas e restritivas do processo de ensino-aprendizagem.
Muitas práticas devem ser revistas no processo avaliativo, o professor não deve ter somente um instrumento de avaliação, ele deve registrar as avaliações realizadas, cumprir o regimento escolar, atribuir notas referentes aos conteúdos estudados, descrever os critérios avaliativos, aplicar a 2ª chamada ao aluno que perde prova, deixar claro como se chega às notas dos alunos.
De acordo com a LDBEN 9394/96 a verificação do rendimento escolar deverá obedecer a alguns critérios como: avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, deve prevalecer os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e os resultados ao longo do período letivo sobre as provas finais.
O ECA estabelece alguns direitos ao educando, como: acesso e permanência na escola, ser respeitado pelos educadores e direito de contestar critérios avaliativos.
A Deliberação nº 007/99-CEE estabelece que a avaliação é um dos aspectos do processo de ensino-aprendizagem no qual o professor avalia seu trabalho, a aprendizagem do aluno, diagnostica seus resultados e atribui-lhes valor, esta deverá ser feita em vários momentos, em diferentes situações de aprendizagem, utilizando técnicas e instrumentos diversificados. O aluno não pode ter somente uma oportunidade de aferição de notas. Ela é parte integrante do processo de ensino-aprendizagem e está diretamente ligada aos objetivos do PTD de cada disciplina, série ou ciclo.
A recuperação de estudos deve ser proporcionada em momentos variados, ser diversificada e avaliativa, deve ser proporcionada a todos os alunos com dificuldades e com baixo rendimento escolar, respeitando a diversidade, necessidades e ritmos de aprendizagem diferenciados, deve acontecer durante todo o processo e constar no PTD, ser realizada paralela ao período letivo, para casos de baixo rendimento escolar. A 2ª chamada deve ser oportunizada aos alunos que perderam provas. Através da recuperação o aluno com aproveitamento insuficiente poderá dispor de condições que lhe possibilitem a apreensão dos conteúdos básicos.
O Regimento Escolar é o documento que normatiza o processo pedagógico nos estabelecimentos de ensino, é um documento baseado na legislação educacional vigente, de apoio administrativo ao PPP à proposta pedagógica, os processos avaliativos deverão constar no regimento escolar, os resultados da recuperação deverão incorporar-se aos das avaliações efetuadas durante o período letivo, os professores devem conhecer o regimento escolar e aplicar os critérios avaliativos de acordo com o que foi regimentado no sistema de avaliação da escola.
O conselho de classe propicia o debate sobre o processo de ensino e aprendizagem, é uma importante instância de reflexão-ação da escola, objetiva a aprendizagem de todos os alunos, as ações devem ser registradas nas atas, assim como notas e dificuldades de aprendizagem, identificando alunos e professores por nomes.
Os livros de registro de classe devem ser preenchidos corretamente, sem rasuras, ele é um documento no qual se registram todas as atividades do professor e serve como prova das atividades realizadas junto aos alunos, seu preenchimento correto garante os direitos do corpo docente e discente.
A Deliberação nº 07/99-CE e a instrução 03/006- DIE/SEED falam sobre como deve ser o registro no livro registro de classe, documento este oficial que traz informações pertinentes ao desenvolvimento do aluno e pode esclarecer dúvidas da comunidade escolar, garantindo assim a função social da escola.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

indignação

Compartilhando com meus colegas!

RESPOSTA À REVISTA VEJA

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima "Aula Cronometrada". É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: "os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital" entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.

Que alunos são esses "repletos de estímulos" que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje "repletos de estímulos". Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria.

Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores?

E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas "chatas" só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.

Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores "incapazes" dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.

E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores "incapazes", elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.

Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de "cair fora". Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de "vaca","puta", "gordos ", "velhos" entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.

Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.

E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.

Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e "incapazes" de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.

Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grata.

Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais". Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão.

Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba!