segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

livro

"A Influência da TV como Cultura Informal" - Marli Reis.
Este é o meu primeiro livro publicado. A autora tem como objetivo principal nesta pesquisa investigar sobre a ação modificadora exercida pela televisão sobre o comportamento da criança em função do que assiste e averiguar sua influência nas habilidades, autonomia, ética, valores, criatividade e criticidade. 96 páginas - 13,5 x 20,5 cm - Dezembro/03. Realização: Phoenix Editora. ISBN: 85-88860-15-0

meu livro

“Diplomados e Analfabetos” - Marli Reis.
“Este livro teve como objetivo focalizar o compromisso do educador com a sociedade e as transformações que possam ocorrer no contexto da educação. A palavra educação acaba por se identificar com comunicação humana, uma vez que os mestres ensinam nas escolas, os pais ensinam no lar, os sacerdotes nas igrejas, e os médicos em suas clinicas. O mesmo ocorre nos locais de trabalho com diretores de empresas, chefes de serviço e contramestres. E não é só, sem que disso se apercebam, ensinam políticos e administradores, escritores, artistas, jornalistas e anunciantes...”104 páginas - 13,8 x 20,8cm - Novembro/2006. Realização: Phoenix Editora. ISBN: 85-88860-37-6.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Para se compreender o real significado da legislação não basta ater-se à letra da lei; é preciso captar o seu espírito. Não é sufi ciente analisar o texto; é preciso analisar o contexto. Não basta ler nas linhas; é preciso ler nas entrelinhas. "

Conhecendo um pouco sobre a L D B
A Lei 9.394/96 proíbe a reprovação em sala de alfabetização
Adverte pais e gestores educacionais para a aplicação da Lei 9.394, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que não reconhece a alfabetização como nível ou subnível de ensino, ficando, assim, proíbida a reprovação na alfabetização.

Uma criança, em sala de alfabetização, não deve nem pode ser reprovada. Direi de outra maneira: a alfabetização não tem caráter avaliativo, com fim de promover o aluno de um nível de ensino para outro.
O presente artigo prova, através da legislação educacional, que a sala de alfabetização não é reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nem tem, por isso mesmo, caráter reprovativo. Nenhum aluno, matriculado, em sala de alfabetização, em escolas públicas ou privadas, municipais, estaduais ou federais, pode ficar retido em sala de alfabetização,ou pode ser rotulado de “reprovado”, mesmo que a escola considere que criança não está alfabetizada em leitura.
A Lei 9.394, a LDB, promulgada em 20 de dezembro de 1996, não reconheceu a sala de alfabetização como nível ou subnível de ensino.
Pelo artigo 21, da referida Lei, a educação escolar compõe-se de:
(1) educação básica, formada pela educação infantil ensino fundamental e ensino médio e
(2) educação superior.
O que se pode observar pelo artigo 21 é que a Lei não faz qualquer referência à alfabetização. No artigo 29, a LDB, sim, refere-se à Educação Infantil entendida como primeira etapa da educação básica cuja finalidade precípua é “o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Durante muito tempo instituições privadas de ensino entenderam que a classe de alfabetização poderia ser considerada um subnível da educação infantil. Ou, talvez, uma fase intermediária e imprescindível entre a educação infantil, especialmente a pré-escola e o ingresso na primeira série do ensino fundamental. Uma concepção com boas intenções, mas com uma origem equivocada ou falaciosa: o ensino fundamental, no seu primeiro ciclo, é exatamente para dar início ao processo de alfabetização. Veja que utilizei a palavra processo para dizer que durante toda a fase da educação básica o aluno, ao certo, está sendo “alfabetizado” em leitura, escrita, ortografia, informática, e assim adiante.
A educação infantil não acolhe a sala de alfabetização. No artigo 30, a lei diz que a educação infantil será oferecida em:
(1) creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e
(2) II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
Na verdade, hoje, com a Lei nº. 11.274, de 2006, a rigor, a educação infantil só vai até os cinco anos.
E por que existe sala de alfabetização no Ceará? Ora, por pura tradição e predomínio de uma pedagogia de época que via na alfabetização uma fase preparatória para o ingresso da criança no Ensino Fundamental, etapa que os professores já esperavam, também, o domínio rudimentar em leitura, escrita e cálculo por parte dos alunos.
Durante muito tempo, a pedagogia de alfabetização do bê-á-bá também favoreceu o surgimento de sala de alfabetização não só no Ceará como em muitos estados da Federação, especialmente os da Região Nordeste. Por alfabetização, se entendia e se entende, em muitas escolas, a prática de ensino da primeiras letras. É o que os teóricos de leitura chamam de decodificação, onde o principal papel da escola é ensinar a criança a reconhecer as letras, nomeá-las e de forma não muito sistemática a relação letra-fonema, para o início da leitura mecânica. Aqui, vale dizer que não se cogita ou se cogitava o ensino da leitura com sentido, isto é, ler o texto para atribuir-lhes sentidos.
Em outros casos, o pensamento ou metodologia de muitos alfabetizadores, favorecidos, quase sempre, pelas cartilhas de alfabetização, do abecê, concebia (m) a alfabetização como a iniciação no uso do sistema ortográfico. Ora, esta concepção é descartada, hoje, é ampliada e vista como processo de aquisição dos códigos alfabético e numérico ou, em outras palavras, como o uso social da língua verbal e não-verbal, o chamado letramento que deve ser trabalhado, principalmente, na primeira série do ensino fundamental e enfatizada até a quarta-série do mesmo nível de ensino. É aqui que se ensina, realmente, a língua e o sentido que permeia as habilidades lingüísticas como leitura, escrita e ortografia e os números. Na etapa anterior, a da educação infantil, o que se pode fazer é uma educação lingüística, enfatizando, em sala, a linguagem e suas funções, mas sem qualquer conotação ou apelo metalingüístico ( por exemplo, estudo das vogais, das consoantes, das semivogais, das sílabas, dos ditongos etc)
Agora, tanto na educação infantil como ainda nas remanescentes salas de alfabetização (no Rio Grande Sul, por exemplo, não existem mais salas de alfabetização) não têm caráter de promoção, isto é, não é pré-requisito para que a criança entre no ensino fundamental. O pai ou responsável pode, inclusive, queimar esta etapa e matricular a criança diretamente no ensino fundamental. Claro, o maior prejuízo, nesse caso, é a perda da socialização uma vez que se aprende bem a língua materna em interação, na relação interpessoal e em vida social. Na educação infantil, pode a escola, desde cedo firmar as bases do aprender a ser, a conviver, a conhecer e a fazer, pilares da educação universal, segundo a UNESCO. Mas isso é uma alfabetização para a vida, para um olhar novo sobre o mundo, como quis a pedagogia paulofreiriana.
O artigo 31, da LDB, diz, textualmente e reafirma o que dissemos anteriormente, que na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. O quer dizer que os pais ou responsáveis podem, repito, não matricular seus filhos nesta etapa e, aos seis anos, podem matricular a criança diretamente no ano inicial do ensino fundamental, mesmo sem “ ser alfabetizado”. Por quê? Porque o ensino fundamental, especialmente no seu primeiro ciclo, é exatamente o período para a alfabetização em lectoescrita.
Mais recentemente o artigo 32, da LDB, foi modificado pela Lei nº. 11.274, de 2006. A lei determinou que o ensino fundamental obrigatório passou a ficar com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, e tendo, por objetivo, a formação básica do cidadão.
(1) - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
(2) - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
(3) - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores.
O item 3 do artigo 32, da LDB, como podemos observar, se constitui, assim, um momento de alfabetização no ensino fundamental onde a criança vai desenvolver a competência de aprender através do domínio da leitura, da escrita e do cálculo.
Diria que nesta fase de ingresso da criança, aos seis anos, no ensino fundamental deve ser prioritariamente dedicado ao “o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social”, conforme acentua o inciso IV do artigo 32, da LDB
Vale salientar que o artigo 6º da LDB, modificado pela Lei nº. 11.274, de 2006 estabelece, de forma compulsória, o dever dos pais ou responsáveis de efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental.
Uma outra novidade que deve ser considerada por gestores educacionais, pais ou responsáveis e educadores é que o artigo 32 da LDB sofreu, pela Lei 11.274, a seguinte modificação em sua redação: o ensino fundamental obrigatório passou duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade e terá por objetivo a formação básica do cidadão.
Uma palavra final: não permita que se filho ou filha seja retido (a) em sala de alfabetização. A existência de sala de alfabetização revela hoje o quanto a escola está na contramão da LDB e dos demais estados que têm experiência exitosa em alfabetização, como os da Região e Sudeste do País.

Dia a Dia de uma professora pedindo socorro.

ENQUANTO O MUNDO NÃO ACABA....


Depois de um final de semana bacana, lá vou eu pra escola de novo, vejam o que realmente tem me incomodado. Estamos terminando março, meio do primeiro bimestre. Daqui um mês tenho que fechar as notas, e se fizesse isso hoje, mais ou menos setenta por cento dos alunos ficariam com nota vermelha. Eu exigente demais? Não. O fato é que ao menos onde leciono, parece que foi combinado entre os alunos que lição é coisa do passado. Lição de casa, então, nem pensar. De uma sala de quarenta alunos, seis me apresentaram a tal da lição de casa.
Os exercícios que eles fazem em sala de aula tem um ibope maiorzinho, em média trinta alunos fazem. Poderia deixar o circo pegar fogo, deixar a bomba estourar mesmo, e estou cada dia mais tentada a fazer isso. Aí, no dia do conselho, as professoras que apresentam mais notas vermelhas são as incompetentes.
O governo criou a tal apostila do aluno, e eu nem reclamo, pelo contrário. Ali tem exercícios bem dinâmicos, serviram para unificar o ensino muito bacanas mesmo. Uma pena o fato de eu não possuir nenhum artifício para que eles realmente façam o que é proposto ali. Afinal, o aluno que não faz nada, absolutamente nada, mas está todo dia presente na sala, é aprovado automaticamente pela “progressão automática” só que o aluno não apresentou nenhum progresso. Automaticamente sim, da quinta série até a oitava ele vai sem nem ao menos precisar abrir o caderno, feliz da vida. Chega à oitava série reprova uma vez, no máximo. Ah, sim, reprova é culpa do professor, que não pegou na mão do infeliz e não obrigou a fazer absolutamente nada. Aí resulta num primeiro ano do ensino médio que eu tenho. Boa parte não sabe ler. Escrever então, esquece. Vontade de participar da aula oralmente, a fim de conseguir alguma nota também é pedir demais. Quando eles estão na sala, as paredes brancas pichadas de preto geralmente me dão muito mais atenção. Claro, culpa minha, somente minha.

Outro dia um encostou um estilete no pescoço do colega, dentro de uma sala de aula. Adivinha? Ele está lá, normalmente, como se nada tivesse acontecido. O outro mordeu uma professora no ano passado. Não preciso falar que o menino continua lá. Alunas se xingam pelos nomes que acho que não escutaria nem numa briga dentro de um puteiro, alunos comentam cenas de filmes adultos durante as aulas, e o xingamento mais frequente na maior parte das salas é “macaco”. O que podemos fazer? Esperar que o mundo acabe, nada mais. Infelizmente vai demorar, enquanto isso tenta ensinar algo e um pouquinho de civilidade para alguns poucos interessados. Poucos.

Depois do desabafo, ainda tenho esperanças...2008 sala de PIC

desabafos.....ano passado

Estava eu no ônibus.
Entra um senhor de carona, conhecido do motorista, carregando um monte de sacolas de supermercado.
Senta-se ao meu lado, no banco logo atrás do motorista, e fica a conversar com ele.
Não somente por estar ao meu lado, mas também por falar tão alto que o passageiro no último banco também podia ouvi-lo, ouvi a conversa.
Em dado momento fala ele sobre a natureza, que o “homem” está acabando com a natureza. Dizia ele ao motorista: “o homem que destrói a natureza. Você sabe quem tá acabando com tudo? Os empresários! Os empresários que tão acabando com tudo, que não querem nem saber, querem é dinheiro!”.
Depois de um tempo – sim, durara um bom tempo a viagem e a conversa – o motorista começa a contar sobre um sujeito conhecido seu que era meio ‘vagabundo’, meio preguiçoso, que não gostava muito de trabalhar.
Aí este senhor fala que ele, ao contrário, sempre se virou, nunca esperou nada de ninguém, sempre fez de tudo.
“Sabe o que eu fazia?”, pergunta ele ao motorista para mostrar que sempre foi muito trabalhador: “tirava areia do rio pra vender. Vendi muita areia!!”.
Para quem não sabe, esta é uma das mais nocivas práticas que se pode fazer em relação a um rio. A retirada de areia sem controle pode simplesmente acabar com o leito de um rio e, por conseguinte, com o próprio.
Aí vendo o discurso de todos que falam sobre a crise ambiental – inclusive dos ‘entendidos’ da área – percebo que o culpado pela destruição do ambiente é… ninguém!
É o outro!
É claro que todos têm que se virar, ganhar algum dinheiro, sobreviver. Mas a questão é mais profunda e preocupante.
Quando usamos o discurso de que o “homem”, genérico, é o destruidor da natureza, não é ninguém.
E não se dá a ninguém a responsabilidade relativa a quem de direito.
O senhor do ônibus, também é responsável. Mas se ele o fez de maneira artesanal em pequena quantidade pra sobreviver, tem uma responsabilidade muito menor do que uma grande empresa, que também explora areia dos rios, mas de uma maneira mega, com máquinas, em grande quantidade.
Colocar tudo no mesmo saco como o “homem”, não permite que ninguém se enxergue.
E claro que tenho minha parcela de culpa perante à problemática ambiental, mas muito menos do que, por exemplo, teve ou ainda tem o Bush.
Uma simples decisão dele poderia modificar o quadro ambiental mundial para melhor ou para melhor. Uma simples decisão minha pode modificar a… o… a… a minha consciência, no máximo!
E somos os dois “homens”, no sentido “ser humano”, utilizado pelo senso comum.
Então esse lance de “faça a sua parte” e “todos somos responsáveis” é muuuuuuuuuito relativo.
Não basta.
É preciso identificar as responsabilidades e as consequências dos atos de cada um.
É preciso muito mais do que um simples “faça a sua parte”, mas saber de fato o que está acontecendo.
Não jogar lixo no chão não faz a prefeitura, que tem o dever de zelar pela limpeza da cidade, tratar de forma igualitária bairros ricos e pobres.
Tomar um banho de cinco minutos, ao invés de dez, após um dia estressante de trabalho, não faz a empresa distribuidora de água se preocupar com as perdas pelo caminho, que chegam a 40% em alguns casos – que NÓS pagamos.
Economizar energia não impede o governo de construir uma BALBINA da vida! – que NÓS pagamos.
Então, além das ações individuais – que considero importantes, quem me conhece sabe disso – é extremamente importante não achar que o “homem” está acabando com a natureza.
Quem está fazendo isso? Quem é o homem?
O que podemos fazer para fazer com que quem faz não faça mais?
Pode ser uma empresa, um governo, um indivíduo… Mas eles têm nome e endereço.
Sinto-me bem desanimada nesses últimos dias, a equipe de trabalho não colabora, os alunos não colaboram, a sociedade com essas idéias. Parece que o mal está vencendo o bem. Estou de mãos atadas, tenho que deixar minhas ideologias? Desistir de tentar? A batalha é árdua e necessito de parceiros.
Novamente sala de aula e novos acontecimentos que me desanimam cada vez mais...

desabafos do ano anterior

Entrei, sentei na minha mesa e fiquei calada.
Fiquei só ouvindo.
Fiquei vinte e cinco minutos ouvindo.
Quatro alunos e uma aluna, sentados perto uns dos outros.
Quase trinta minutos de implicâncias e xingamentos e ameaças e apelidações.
“Cala boca sapo!”
“Vou te dizer uma coisa: vc fede!”
“Cheia de béri-béri!”
“Você mora na favela”
“Moro no condomínio!”
“Ah ah ah, condomínio, aquilo é favela!”
“Olha a calça dela, já anda sozinha!”
“Amanhã venho com outra calça”
“Ela vai achar outra na lixeira”
“Leite azedo, leito podre” (para um branco)
“Assolan!!!” (para uma negra)
“Jonatas é igual àquele chocolate feioso”
“Ele é branco, não é preto”
“Cala sua boca, você tá com a gripe suína e tá escondendo de todo mundo aí!”
25 minutos.
Me levantei, peguei o livro, copiei umas frases no quadro.
Entre pegar o caderno e olhar o quadro para copiar, eles deram uma pausa.
Aí entrei e falei, argumentei, mostrei, professorei.
“Vocês não perceberam… blá, blá, blá… 25 minutos se xingando… blá, blá, blá… nem uma conversa sobre nada… blá, blá, blá… só ficaram falando mal uns dos outros… blá, blá, blá… não falam de futebol, nem de novela, nem de namoro, nem de nada, só se sacaneiam… blá, blá, blá…”
Me olharam por alguns segundos.
“Ele que começou!”
“Eu nada, sua preta fedida!”
“Foi sim seu queijo branco estragado!”
“Tua mãe que é!”
Cheguei hoje cedo na escola . Deu tempo de almoçar.
No almoço, entro no meio da conversa entre duas professoras, duas das boas professoras da escola, por sinal.
Falavam da problemática de uma turma do 6o ano – ou 5a série – que foi montada para ser de “alfabetização”.
Sim, isso mesmo que vocês ouviram… aproveitaram uma turma que tinha extrema dificuldade, juntaram mais alguns alunos de outras turmas que também o tinham, e fizeram uma turma para desenvolver um trabalho especial, pois eles são analfabetos… no 6o ano.
Esses alunos não sabem ler uma sílaba, sem exagero.
Eles os juntaram para que pudesse trabalhar, todos os professores, a alfabetização desses alunos.
Estavam elas dizendo que há professores, no entanto, que também têm dificuldades com isso… não compreendem que eles não sabem ler. Colocam um texto enorme no quadro, os fazem copiar e acham que eles entenderam.
Não, não entenderam. Simplesmente copiaram.
Os outros professores trabalham palavras, frases simples, muita leitura (quando conseguem), etc.
Dizia uma delas que escreveu, por exemplo, “espaço” no quadro (professora de Geografia)
O aluno foi com o caderno à sua mesa e ela pediu pra ele ler o que escreveu.
- “ba-bi…” – respondeu ele.
Sem comentários...

-dia a dia do professor -ano passado.....

Não tenho milhares de leitores. Tenho alguns.
Mas este número já é o suficiente para que eu me sinta responsável pelo que escrevo.
E, por isso, peço desculpas pelo que escrevo ultimamente, pois sinto-me numa fase obscura, desanimadora.
Terei em breve coisas boas pra contar, advindas de um trabalho que estamos fazendo na escola de São Paulo. Nem tudo são espinhos. (nada nada nada nada nada a ver com as mirabolantes idéias da Secretaria de Educação).
Mas meu sentimento agora é de frustração, desânimo e depressão.
Não só pelo trabalho nas escolas – seria injusto apenas culpá-los. Mas como não quero fazer análise de vida pessoal aqui, paro de lamentar.
Vamos ao tema principal do artigo.
O fato é que minha vida deu uma pernada pro ar e minha cabeça não sabe por onde anda… o que acaba refletindo em minha vida profissional, nas escolas.
Hoje discuti com dois alunos de uma turma que não é minha.
Estava uma zona, eu saía de uma turma e entrava em outra, metade de uma foi pro corredor, metade da outra estava em pé discutindo com outros alunos que estavam no recreio do lado de fora da janela da sala e, neste meio do inferno, pelo corredor vêm outros desta outra turma para junto de Dante.
Entendeu? É assim mesmo que estava a coisa.
Pedi que voltassem. Enfrentaram-me: “você não é professora da minha turma!!”, coisa e tal, nariz pra cima, cara de não te obedeço. E tentaram continuar.
À medida que fui levando-os para mais longe e que foram se exaltando comigo também o fui com eles.
Explodi.
Até palavrão – que devo confessar envergonhada estarem se tornando recorrentes em minha boca – saiu.
Diretora; o professor da turma; a coordenadora…
Fui à sala delas. Conversamos. Pedi desculpas aos alunos – por mim mesmo, não precisaram me dizer para fazê-lo. Sei que errei… mas às vezes não é fácil controlar.
No fim de tudo, no ônibus, conversando com um colega, soube que um dos alunos faz tratamento prascabeça; toma, inclusive, remédio receitado.
Mas, detalhe: a mãe achou que ele estava melhorando e… parou de dar o remédio. Simples assim.
Acho que eu que tô precisando…
Outro assunto.
Soube hoje, enquanto escrevia este artigo, de um assassinato de aluno da escola.
Morreram dois.
Coisa estúpida.
Escola de luto.
Eu que já não estou bem, fico pior.
O que sinto é um imenso, grande, enorme, incomensurável vazio.
Uma sensação de frustração além de minha capacidade de entender.
Uma vontade de chorar e me enrolar feito um bebê – ou de beber e chorar até me enrolar.
Pergunto-me o porque de tudo isso, se o que eu faço vale a pena, se o que eu sofro tem sentido.
Por que sofrer tanto, se tem tanto filho da puta ladrão sem vergonha que tem o poder nas mãos e acha que distribuir cesta ou vale ou computador é política pública e não vai preso nem quando é pego com a mão na cumbuca? Imagina quantas mortes têm em suas contas?
E eu me oco por dentro por não conseguir mudar esta merda!
Estamos sujeitos a esses acontecimentos todos os dias e temos que ser psicólogos, amigos, pais, sociólogos, nutricionistas, ambientalistas, éticos, abnegados, enfermeiros, estudantes, planejadores, advogados, salvadores da pátria e… até mesmo professores!
Não sei como não nos processam por exercício ilegal de profissões!
E, ainda por cima, não nos dão o direito de surtar, não podemos ficar doentes, ter nossos próprios problemas, não podemos gritar, não podemos sair de nós, não podemos ter uma crise!!!
Ficou doente? Perde o prêmio! (o tal do bônus).

Fico imaginando o que faço por aqui.
Não tenho escrito tanto, por absoluta falta de tempo, mas a frustração que sinto me impele a fazê-lo.
Estou dentro de sala e meu medo é imenso, minha angústia incomensurável, minha frustração suicidante.
Não vejo perspectivas futuras a estes alunos; não vejo mudanças em suas vidas; não vejo como conseguirem algo melhor de que seus pais conseguiram os dar; não vejo como, futuramente, se encaixarem em um mercado de trabalho competitivo como o nosso.
Não vejo como não passarem fome, necessidade, necessitarem de bolsas-auxílios-assistencialistas-família.
Tenho conversado com eles aula a aula; falo das profissões, da necessidade de estudo, de futuro. Pergunto o que querem, o que pretendem, o que pensam.
Na próxima aula, nada mudou.
Na última aula que estive com eles, antes dessa, me estourei. Fiz o que não se pode fazer. Gritei.
Hoje entro em sala.
Calada.
Frustrada.
Cansada.
Desestimulada.
Escrevo um texto qualquer no quadro para que copiem, sabendo que poderia escrever um texto sobre a perspectiva kantiana de conhecimento matemático, em inglês, que daria na mesma.
Talvez fosse melhor fazê-los copiar um texto em russo, porque assim nem eu mesmo também entenderia ou me interesseraria.
Estaríamos quites.
Ouço um aluno perguntar para outro: “Marli é professora de quê mesmo?”; “história”, responde o outro.
Fico calada, pois é como estou hoje, perguntando-me como um aluno não sabe de que dou aula, se já estamos no início de junho??
Viro-me ao quadro e escrevo mais um pouco.
Termino de escrever três parágrafos e sento para fazer a chamada, sem vontade nem de falar o nome deles.
Um aluno vira-se para mim e pergunta: “Marli, você é professora de quê? Qual é a sua matéria?”.
Levo as mãos ao rosto e tenho vontade de chorar. Respondo com um resmungo e escrevo estas linhas.
Eles ficam conversando, como se eu não estivesse aqui.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

...não importará o tipo de carro que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto tinha depositado no banco, nem que roupas vesti. Mas o mundo pode ser um pouco melhor porque eu fui importante na vida de uma criança.”

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

http://professormediadorconectado.blogspot.com/2011/01/leituras-importantes-para-professor.html

eSSE BLOG É MUITO BOM.....PRINCIPALMENTE PARA QUEM QUER EXERCER A FUNÇÃO DE PROFESSOR MEDIADOR.http://professormediadorconectado.blogspot.com/2011/01/leituras-importantes-para-professor.html

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

“irreparável herança,
ter a pele negra e
não se esquecer que
no peito há um coração batendo
e nos corredores do tempo
o remorso da pele branca
a poesia que desespera
que indaga e revolta
ah! Terrível herança!

uma lição de amor - filme

ARTIGO SOBRE O FILME:
Sean Penn é um dos atores mais talentosos de sua geração. Não bastasse todo o talento que possui enquanto ator, Penn é uma das personalidades mais ativas e destacadas em termos de posicionamentos políticos que ousam desafiar a ordem estabelecida, opondo-se a direcionamentos e atitudes do governo americano e, colocando em risco suas economias para bancar projetos cinematográficos nos quais acredita.
"Uma lição de amor" vem comprovar a coerência de Penn, tanto por seu talento dramático (numa atuação que lhe valeu indicação ao Oscar) quanto por sua dedicação a causas justas, com as quais se identifica.
Se nos lembrarmos que na Antiguidade Clássica, particularmente entre os romanos, era comum o sacrifício de pessoas que apresentassem deficiências físicas ou mentais, podemos dizer que a sociedade evoluiu, aprimorou-se. Se, por outro lado, imaginarmos que há várias barreiras que ainda não foram transpostas, principalmente aquelas que dizem respeito à forma como os deficientes são encarados e tratados pelas outras pessoas, percebemos que ainda há muitas mudanças a serem implementadas.
O personagem Sam (interpretado de forma tocante por Sean Penn) vive dentro de condições que poderíamos considerar como adequadas no contexto atual, no que tange a uma pessoa deficiente que possui a idade mental equivalente a de uma criança de 7 anos de idade. Tem seu próprio apartamento, está empregado em uma lanchonete onde atua como garçom, recebe seus amigos para assistir vídeos clássicos e cuida de sua filhinha...
É justamente nesse ponto que as autoridades resolvem interferir, partindo do princípio de que Sam (Penn) seria incapaz de resolver os problemas e criar adequadamente a menina, especialmente a partir do momento em que ela ultrapassasse a capacidade mental do pai (o que ela estava prestes a fazer). A assistência social resolve tirar-lhe a guarda da criança e privar-lhe do direito de pleno exercício da paternidade respaldando-se na tese de que Sam é deficiente mental.
O filme nos coloca diante de uma situação singular, onde percebemos com clareza as impossibilidades de Sam e, ao mesmo tempo, vivenciamos através das imagens uma experiência única de paternidade, pautada numa relação carregada de emoção e presença, de participação e doação por parte do pai em relação à filha.
Some-se a tudo isso, a frieza do sistema judiciário norte-americano, onde a justiça despreza pormenores que podem ser decisivos para a solução de um caso traumático de separação entre pai e filha e temos uma idéia da trama do filme. Observem também que o contraponto da experiência vivida por Sam pode ser visto na figura de sua advogada de defesa, Rita Harrison (Michelle Pfeiffer), uma linda e bem sucedida profissional que mal tem tempo para ouvir o que seu filho tem a lhe dizer...
O filme
Sam Dawson (Sean Penn) ajeita nervosamente os saquinhos de adoçante e procura colocá-los em ordem. Todos têm que estar com o rótulo numa determinada direção e, com as palavras em posição que permita que sejam lidas. Essa sua disposição por ordem e arrumação não consegue fazer com que deixemos de perceber que Sam é uma pessoa que apresenta deficiências, visíveis a partir de seus tiques, de sua movimentação e de sua exasperação.
Em seu ambiente de trabalho conseguiu cativar aos colegas e, em sua vida particular, vive rodeado de amigos que, como ele, também apresentam dificuldades advindas de impossibilidades mentais.
Um acontecimento diferenciado, no entanto, marca a vida de Sam para sempre. Ao abrigar uma mulher sem-teto, acaba fazendo com que ela engravide. Cumprido o período de gestação, Sam sai do hospital acompanhado da mãe e com o bebê no colo. A mãe foge e abandona Sam e a recém-nascida. Inicia-se dessa forma uma relação totalmente diferenciada de paternidade.
Sam acolhe e cuida da criança com o auxílio de uma vizinha reclusa (vivida pela experiente Dianne Wiest). Alguns anos passam e a pequena Lucy Diamond Dawson (Dakota Fanning) se torna uma menina esperta e saudável, próxima de completar 7 anos de idade.
Quando a assistência social descobre que Sam (possuidor de idade mental equivalente a de uma criança de 7 anos) está criando a pequena Lucy, inicia-se uma luta judicial pelos direitos de criação e educação da menina. Lucy passa aos cuidados do juizado e, Sam tem que provar, com o auxílio de sua advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer) que é plenamente capaz de amar e criar Lucy.
Prepare suas emoções! E não esqueça de deixar uma caixa de lenços do lado da poltrona...
Aos professores
1- Provoque a sensibilidade de seus alunos. Pergunte a eles como reagem quando em contato com pessoas que apresentam deficiências físicas ou mentais. Estimule-os a não agir movidos por um sentimento de piedade e, sim, a pensar essa relação como uma oportunidade de crescer, de auxiliar, de aprender e de desenvolver um sentimento verdadeiro de solidariedade. Os estudantes têm que entender que devem ajudar as pessoas deficientes a construir uma auto-estima positiva e de valorização pessoal e não de misericórdia e compaixão (lástima).
2- Há "uma lição de amor" no filme dada por Sam aos pais e mães que tanto se preocupam com a manutenção material de seus filhos e deixam de lado a afeição, a proximidade e a atenção que as crianças pedem, praticamente demandam e necessitam cotidianamente de seus pais. Temos prestado muito pouca atenção a isso e, as conseqüências futuras desse descaso podem ser percebidas e interpretadas a partir de atos de violência, apego às drogas, dificuldades de socialização, desinteresse pelos estudos e tantas outras situações. É preferível antecipar-se a problemas como esses a ter que remediá-los posteriormente!
3- Como o judiciário brasileiro reagiria diante de uma situação como essa? O filme pode servir como fio condutor de uma pesquisa de campo, com entrevistas a juízes, promotores e advogados ou ainda, consulta a códigos legais relativos a questão de família. Pode-se ainda questionar até que ponto nossos valores e orientações de base cristã católica nos levariam a agir de outra maneira no que se refere à situação apresentada no filme.
4- Traçar um paralelo entre os personagens de Sam (Sean Penn) e Rita Harrison (Michelle Pfeiffer) nos leva a pensar a respeito do caos que se instaura em nossas vidas em virtude do ritmo acelerado e do excesso de compromissos com os quais estamos envolvidos. Deixamos de lado nossa inocência e nossa meninice para assumirmos responsabilidades, em algum trecho desse caminho acabamos perdendo o rumo e deixamos de sorrir, de nos sensibilizar, de amar com intensidade, de nos divertir...
Obs.: A trilha sonora do filme é recheada de sucessos inesquecíveis dos Beatles, que serviram de inspiração para a vida do personagem Sam e o estimularam a dar o nome Lucy Diamond a sua filha (título de uma das mais famosas canções do mais conhecido grupo de rock de todos os tempos, "Lucy in the Sky with Diamonds", que serviria de mensagem cifrada para LSD, ou seja, ácido lisérgico, droga das mais pesadas, utilizada com certa freqüência durante os anos 1960 e 1970).
Ficha Técnica
Uma lição de amor
(I am Sam)
País/Ano de produção:- EUA, 2001
Duração/Gênero:- 133 min., Drama
Disponível em VHS e DVD
Direção de Jessie Nelson
Roteiro de Jessie Nelson e Kristine Johnson
Elenco:- Sean Penn, Michelle Pfeiffer, Dianne Wiest,
Laura Dern, Dakota Fanning, Joseph Rosenberg, Brad Silverman.
Links
- http://epipoca.uol.com.br/filmes_detalhes.php?idf=3793
- http://www.adorocinema.com/filmes/licao-de-amor/licao-de-amor.htm
-http://www.loucosporcinema.com.br/resenha_umalicaodeamor.shtml

educadores...............

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Um ótimo final de semana

leitura de fruição Maria vai com as outras

                                    Leitura de fruição:  LIÇÃO DE AMIZADE.


Um homem, seu cavalo e seu cão, caminhavam por uma estrada.
Depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente.
Às vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição... 
A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água.
Numa curva do caminho, avistaram um portão magnífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina.
O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada.

* Bom dia, ele disse.
* Bom dia, respondeu o homem.
* Que lugar é este, tão lindo? ele perguntou.
* Isto aqui é o céu, foi a resposta..
* Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse o homem.
* O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda,indicando-lhe a fonte.
* Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede.
* Lamento muito, disse o guarda. Aqui não se permite a entrada de animais. 
O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho. 
Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi aberta.
A porteira se abria para um caminho de terra, com árvores dos dois lados que lhe faziam sombra. 
À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo.

* Bom dia, disse o caminhante.
* Bom dia, disse o homem.
* Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro.
* Há uma fonte naquelas pedras, disse o homem e indicando o lugar. Podem beber à vontade. 
O homem, o cavalo e o cachorro foram até a fonte e mataram a sede.

* Muito obrigado, ele disse ao sair.
* Voltem quando quiserem, respondeu o homem.
* A propósito, disse o caminhante, qual é o nome deste lugar?
* Céu, respondeu o homem.
* Céu? Mas o homem na guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu!
* Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno.

O caminhante ficou perplexo.

* Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões.
* De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos, por puro egoísmo..."

leitura de fruição

                                    Leitura de fruição:  LIÇÃO DE AMIZADE.


Um homem, seu cavalo e seu cão, caminhavam por uma estrada.
Depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente.
Às vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição... 
A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água.
Numa curva do caminho, avistaram um portão magnífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina.
O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada.

* Bom dia, ele disse.
* Bom dia, respondeu o homem.
* Que lugar é este, tão lindo? ele perguntou.
* Isto aqui é o céu, foi a resposta..
* Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse o homem.
* O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda,indicando-lhe a fonte.
* Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede.
* Lamento muito, disse o guarda. Aqui não se permite a entrada de animais. 
O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho. 
Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi aberta.
A porteira se abria para um caminho de terra, com árvores dos dois lados que lhe faziam sombra. 
À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo.

* Bom dia, disse o caminhante.
* Bom dia, disse o homem.
* Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro.
* Há uma fonte naquelas pedras, disse o homem e indicando o lugar. Podem beber à vontade. 
O homem, o cavalo e o cachorro foram até a fonte e mataram a sede.

* Muito obrigado, ele disse ao sair.
* Voltem quando quiserem, respondeu o homem.
* A propósito, disse o caminhante, qual é o nome deste lugar?
* Céu, respondeu o homem.
* Céu? Mas o homem na guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu!
* Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno.

O caminhante ficou perplexo.

* Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões.
* De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos, por puro egoísmo..."

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

paródia sobre água

Paródia

Consciência

“Borboletas" -  Vitor e Léo
Percebo que a água está escassa
Você diz que isso é de graça - não é assim
Os rios estão secando
Os animais se definhando e isso  tudo
é uma porta para o fim
Agora você acha
que cuidar da água é coisa de outro alguém...
Não acabe com o mundo
A missão é nossa faça sua parte também!
Refrão:
Posso dizer
que o mundo mudou
Pois nada está igual
Preservar a água é como nos livrar de todo mal
Ou seja, ela é vida
Sem ela o que fazer??
Consciência ao usá-la
água é vida e é poder

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

ALFABETIZAÇÃO

PROFESSOR ALFABETIZADOR: REFLEXÃO E PRÁTICA
           RESUMO
Neste artigo faremos uma reflexão sobre algumas ações pedagógicas vivenciadas na prática docente. Durante a prática de ensino, observa-se  que temos na escola muitos analfabetos funcionais, ou seja, alunos que só decodificam o código escrito sem fazer qualquer interpretação ou reflexão sobre o que acabou de ler. Diante disso percebemos a necessidade de realizar algumas leituras acerca da alfabetização, de modo a refletir sobre a atuação do educador alfabetizador na sala. Iremos então abordar aqui, como  acontece à construção da escrita e da leitura pela criança e ainda sobre a formação continuada do professor.
Palavras-Chaves: Alfabetização, prática de ensino e reflexão 
Entendemos que o profissional que se dispõe a trabalhar com a alfabetização de crianças, precisam compreender como se dá esse processo, para poder planejar situações significativas e desafiadores, envolvendo todo o contexto social do seu alunado.   A formação dos professores precisa ser pensada como peça-chave para a  melhoria da qualidade da educação, pois o que se observa é uma enorme distância entre o perfil de educador que a atualidade exige e a realidade reprodutivista e passiva, vivida nas instituições escolares.Para romper com essas resistências, nós enquanto educadores precisamos enxergar o ensino além do que está posto, sendo essa uma tarefa muito complexa, que não pode ser pensada individualmente, pois muitos são os determinantes que intervêm para permanecermos assim, principalmente as políticas públicas que envolvem a educação.A formação do professor desempenha papel fundamental na configuração de uma nova proposta de ensino. Para tanto, precisa ser entendida como um processo de construção individual e coletiva, no qual os professores não sejam apenas consumidores, executores, técnicos de sua ação pedagógica, mas profissionais criadores, inventores, críticos, reflexivos e capazes de pesquisar a partir do seu contexto construindo e reconstruindo sua própria prática. Desse modo, romper com o que está posto, implica, segundo Nóvoa (1991, p. 67),“que os professores assumam o papel de protagonistas do processo educativo na tripla dimensão pedagógica, científica e institucional”.É com esta visão que Sacristán (apud NÓVOA, 1997, p. 55) aponta para necessidade de um “modelo de desenvolvimento profissional e pessoal, evolutivo e continuado” para situar o aperfeiçoamento dos professores. Assim, o enfrentamento e a resolução dos problemas escolares dar-se-á a partir de uma indagação reflexiva na qual professores em formação e em exercício tomam consciência das questões sobre o ensino que praticam. É, pois, através da ação reflexiva sobre os fazeres e saberes pedagógicos que as mudanças podem acontecer, havendo, assim, compromisso entre os envolvidos no processo professor/ aluno/ escola/sistema (SCHÖN, 2000).O comprometimento dos professores com sua profissão exige a reflexão permanente sobre a sua prática pedagógica, buscando compreender os problemas de ensino, a organização dos currículos escolares ao mesmo tempo em que aprendem como pessoas e como profissionais. Esse processo implica que sejam capazes de socializar suas construções através de troca de experiências com outros docentes. Nóvoa (1991, p. 67) confirma esta idéia ao mencionar que “os professores devem deter os meios de controle sobre o seu próprio trabalho, no quadro de uma maior responsabilização profissional e de uma intervenção autônoma na organização escolar”.Nesse sentido, é preciso repensar o processo de formação continuada que as instituições propõem, este precisa instigar o professor a desenvolver a autonomia profissional, a refletir sobre sua prática, a construir teorias sobre o seu próprio trabalho, pois a prática necessita da teoria e vice-versa. Ainda tem sido muito comum as escolas pensarem na formação continuada a partir da promoção de cursos de capacitação, por meio de palestras nas quais os professores ouvem o que devem fazer. Essas dinâmicas se constituem em reflexões periféricas, mas que não se sustentam na hora do professor efetivar a sua prática porque ele nem sempre tem oportunidade de reelaborar seus conhecimentos, pois a busca por um ensino diferenciado deveria partir da construção, ação-reflexão-ação do próprio educador.Nessa perspectiva, Schön (2000) afirma que o professor precisa atuar como um profissional que reflete sobre suas experiências e saberes, pois na medida em que coloca para si as questões do cotidiano como situações de desafio estará abrindo espaços para a consolidação desse processo de reflexão. Para o mesmo autor, isso implica um processo de pensar, ou seja, fazer uma reflexão na ação, permitindo a reorientação da ação no mesmo momento em que a está vivendo. Outro momento desse processo é a reflexão sobre a reflexão na ação. O profissional busca a compreensão da ação, elabora sua interpretação e tem condições de criar outras alternativas para aquela situação.
Considerações Finais
A escola necessita organizar espaços e tempos para que a formação continuada de professores seja desenvolvida a partir das necessidades do grupo, sendo a voz dos professores o elemento de reflexão, trazendo a teoria a partir da prática para que possam interpretá-la.Portanto, é fundamental que os sujeitos envolvidos no processo de ensino entendam a escola como uma organização dinâmica, permitindo que se construam novas aprendizagens e, a partir dessas aprendizagens, encontrem respostas capazes de colaborar para a compreensão da complexidade que envolve o sistema escolar e o fazer pedagógico na alfabetização.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRO, Emilia. Desenvolvimento da Alfabetização: psicogênese. Como as Crianças Constróem a Leitura e a Escrita: Perspectivas Piagetianas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. PÉREZ GOMES, A. O pensamento do professor: a formação do professor como profissional reflexivo. In: NÓVOA, A. (org.) Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1999. SCHÖN, D.A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.
VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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MATERIAL PARA CONCURSO

Alguns exemplos:
ECA e LDB
Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Dez Novas competências para Ensinar
Délia Lerner: Ler e escrever na escola
A criança na fase inicial da escrita
Jussara Hoffmann: Avaliação
Emilia Ferreiro: Com todas as letras
Magda Soares: A escolarização da leitura

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O que as crianças realmente precisam
Você já se perguntou o que seu filho realmente precisa?
 Quando as crianças reclamam, ou quando se comportam mal, quase sempre desabafamos:
 "Eu as alimento, visto, compro brinquedos, mantenho-as limpas e aquecidas. Levo para passear. O que mais querem, afinal?"
 Se elas forem indagadas, dirão: "queremos você!"
 E estarão traduzindo necessidades essenciais para as suas vidas e para se sentirem felizes.
 Conta-se que ao término da segunda guerra mundial, em 1945, a Europa estava em ruínas.  Entre os tantos problemas humanos a serem enfrentados, estava o cuidado de centenas de órfãos, cujos pais haviam sido mortos ou separados permanentemente dos filhos, pela guerra.
 A suíça, que tinha se mantido neutra durante a guerra, mandou alguns dos seus profissionais de saúde para ajudar a enfrentar o problema.
 Um deles deveria pesquisar a melhor forma de cuidar dos bebês órfãos.   O médico viajou toda a Europa. Visitou muitos tipos de lugares que cuidavam dessas crianças para ver qual obtinha maior sucesso.
 Ele viu situações extremas. Em alguns lugares, campos hospitalares americanos foram montados.  Os bebês foram colocados em berços limpos, em enfermarias higienizadas, sendo alimentados em horários regulares com leite especial, por enfermeiras uniformizadas.
 Todo rigor de higiene. Todos os cuidados possíveis.
 Na outra ponta da escala, nas remotas vilas das montanhas, um caminhão simplesmente encostou e o motorista perguntou:
 "Você pode cuidar desses bebês?"
 E deixou quase 50 crianças chorando, aos cuidados dos moradores da vila.  Ali, cercados por crianças, bodes, cães, nos braços de uma camponesa, os bebês dependiam de leite de cabra e alimento comunitário.
 O médico suíço tinha uma maneira simples de comparar as diferentes formas de cuidado. Ele não pesava os bebês nem a sua coordenação motora.
 Naqueles dias de graves enfermidades, ele usava a mais simples das estatísticas: a taxa de mortalidade. O que ele descobriu foi uma surpresa.
 Enquanto as epidemias se alastravam pela Europa e muitas pessoas estavam morrendo, as crianças nas vilas estavam se desenvolvendo melhor do que as dos hospitais com todos os cuidados científicos.
 Descobriu que os bebês precisam de amor para viver.
 As crianças dos hospitais tinham tudo. Menos afeto e estímulos.
 Os bebês nas vilas tinham mais abraços e alegria. Com cuidados básicos, se desenvolviam.
 Em resumo: os bebês precisam de contato humano e de afeto.
 Sem esses ingredientes humanos, podem facilmente morrer.
 Você sabia?
 Que os bebês precisam de contato freqüente com a mãe ou com pessoas que lhes dêem muito carinho e calor humano?
 E que necessitam de troca de olhares, sorrisos, e um ambiente colorido e cheio de vida?
 As crianças precisam ser carregadas, balançadas no joelho, acarinhadas.
 E você sabia que os bebês apreciam os sons como canto e conversas?
 Enfim, eles precisam de quem os ame! Eles precisam de você!
Na alfabetização, é muito importante o trabalho com listas.
- Atividades de leitura e de escrita de listas de palavras do mesmo campo semântico utilizando ou não o alfabeto  móvel propicia ao aluno a análise e a reflexão do sistema de escrita. Ao realizar tais atividades, os alunos coordenam e utilizam, nas tarefas de ler ou de escrever, informações que aprenderam em outras ocasiões. Ao mesmo tempo, ao escrever de acordo com suas hipóteses, têm a possibilidade de se voltar para a análise da palavra e refletir sobre o uso das letras. Fazendo isso, em vez de apenas copiar palavras escritas corretamente, os alunos terão condições de usar o que sabem, refletir e ampliar seus conhecimentos. É importante frisar que as listas são textos com propósitos específicos: têm por função organizar dados ou então servem de apoio à  memória; assim, procure sempre apresentar aos alunos listas que tenham também um propósito. Além disso, os elementos de uma lista  costumam estar organizados de acordo com um critério, e esse critério precisa ser conhecido e compreendido pelos alunos.

sugestões de listas que podem ser usada em atividades de leitura e de escrita:

Para a escrita:
·         Ingredientes de uma receita.
·         Materiais necessários para fazer uma pipa ou outro brinquedo.
·         Animais que serão estudados em um projeto.
·         Personagens prediletas dos gibis.
·         Títulos das histórias já lidas em classe.
·         Listas de frutas. Etc...
Para a leitura:
·         Marcar, em uma lista, a história que foi lida no dia anterior.
·         Marcar, em uma lista, a história que deseja ouvir novamente.
·         Marcar, em uma lista, a história que o professor ditou.
·         Localizar em uma lista de frutas quais serão utilizadas na salada de frutas.
·         Encontrar em uma lista a brincadeira que já sabe e que pode ensinar aos colegas.
Intervenção: (O professor é o mediador da aprendizagem)
Ao aplicar as atividades, se perceber que estão tendo dificuldades para refletir sobre as letras, ofereça
as informações necessárias e dê dicas para ajudá-los a continuar o trabalho,
com perguntas do tipo: Com que letra vocês acham que começa? Como faremos para
localizar esta palavra? Como podemos saber se aí está escrito...?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

dicas e sugestões didáticas

Atividades permanentes que uso

1-trabalho com o alfabeto
Todos os dias cantamos a parlenda suco gelado:
SUCO GELADO
CABELO ARREPIADO
QUAL É A LETRA DO SEU NAMORADO
A-B-C-D-E...... sempre apontando as letras no alfabeto que deve ser fixado acima do quadro negro.
Primeiro vamos na sequência e depois saltando. Cada dia um aluno vai apontar as letras no alfabeto para a sala ir falando.
Faço esse tipo de atividade até que todos sejam capazes de reconhecer e nomear todas as letras e saber a sequência alfabética.

2-Trabalho com o calendário
Trabalhamos o dia do mês
o ano
o mês
que dia ou mês vem antes ou depois de...
trabalhamos o clima desenhando, abaixo de cada quadrinho com o dia do mês, como está o tempo e no final do mês fazemos tabelas e gráficos: quantos dias chuvosos, nublados, ensolarados
Trabalhamos primeiro dia da semana, os nomes dos dias (é bom fazer um cartaz com um nome abaixo do outro na ordem, e fixar na parede, fazer também um de números com as escritas por extenso dos mesmos e um com os meses do ano - Esse material é necessário, eles usam como suporte para a escrita autonoma).
3_ Leitura pelo professor
3 vezes por semana eu leio, no início da aula, um livro, uma receita, um poema, uma música, ou seja, uso variedade textual, vários gêneros e autores. Cada vez uso uma estrátegia diferente para prender a atenção dos mesmos (mudo o tom de voz para cada personagem, faço mistério, deixo para ler o final depois, pergunto o que acham que vai acontecer depois de certa parte do livro (instigo de forma que leiam as entrelinhas, o implícito e o explicito). Faço também leitura por capítulos.

4 Leitura compartilhada
Faço duas vezes por semana. Os alunos acompanham a leitura na cópia que recebem. É bom trabalhar com textos de memória, cantigas, trava línguas...... Depois da leitura colam no caderno de texto ou outro.
Você também pode aproveitar o texto para fazer a leitura de ajuste onde pede para encontrarem e grifarem as palavras que vc pedir.

5- Roda da conversa
Uma vez por semana, com as cças dispostas em círculos, discutimos fatos ocorridos na escola, no bairro, no mundo. Falamos sobre sentimentos, sobre assuntos ligados à ciência, consumo, ética, convivência, fatos históricos...

6-Roda literária
Todo final de semana as cças levam gibis, livros ou revistas para leitura e para compartilhar o prazer da mesma com os familiares.
Então, na segunda feira , fazemos a roda literária onde os alunos fazem indicações do que leram. Leiam esse livro porque.. Eu indico esse livro porque... Ou não indico essa leitura porque.... Eles fazem um breve resumo da obra (oralmente)

7- Fazendo a contagem de alunos
Contamos as crianças que estão na sala e fazemos a conta, no canto da lousa, para descobrirmos quantos alunos faltaram.

O QUE ACHO IMPORTANTE TER EXPOSTO NAS PAREDES DA SALA:

ALFABETO SEM GRAVURAS - acima da lousa

CALENDÁRIO DO MÊS

OS DIAS DA SEMANA

MESES DO ANO

NUMERAIS E SUAS ESCRITAS

CHAMADINHA DIVIDIDA EM MENINOS E MENINAS NA ORDEM ALFABÉTICA E COM UMA FIGURA DO MENINO E UMA DA MENINA ACIMA DA FILEIRA DE NOMES

OS TEXTOS DE MEMÓRIA QUE VC FOR TRABALHANDO

AS LISTAS QUE VCS FOREM TRABALHANDO

ATIVIDADES QUE ACHO FUNDAMENTAIS NO TRABALHO COM ALFABETIZAÇÃO:

Escrita e leitura de listas (palavras do mesmo campo semântico. Exemplo: Tem na festa de aniversário (para oferecer pistas aos alunos de forma que façam antecipações de leitura por exemplo)

Leitura de ajuste de textos de memória (que são cantigas, parlendas, trava línguas, quadrinhas) Cante com eles várias vezes até que note que decoraram o texto.
 Você lê apontando com o dedo na lousa, eles acompanham na cópia que eles tem.
Em seguida vc fala a palavra e eles precisam encontrar na cópia do texto que tem em mãos

Reescrita de textos de memória
Depois de memórizado o texto mediante cantar várias vezes o aluno vai escrever o texto.
Você pode trabalhar essa atividade com as duplas produtivas.

Reescrita de contos, ou reconto: Pedir, de início, que escrevam a parte que mais gostaram, que escrevam a cantiga que aparece no conto, que escrevam o início ou o final...
Ao trabalhar com contos procure relacionar junto com eles as várias formas usadas para iniciar um conto, para finalizar os mesmos, liste personagens, liste cenários, heróis, vilões... Isso será fundamental que quando produzirem textos de autoria e mesmo para a reescrita.
Esse traballho pode ser feito de diferentes formas: no coletivo (eles vão ditando e vc é o escriba, discuta com eles a melhor forma de escrever para deixar o texto mais bonito), em duplas produtivas ou individualmente. Depende de seu objetivo e do nível de conhecimento as cças.

Cruzadinhas e caça palavras (sempre no mesmo campo semântico, com ou sem banco de palavras de acordo com o nível de escrita de cada aluno) em dupla ou individualmente

Leitura e interpretação com autonomia Para alunos em nível silábico alfabético e alfabético

O QUE ACHO FUNDAMENTAL

Que os alunos tenham oportunidade de comparar sua leitura e escrita com a leitura e escrita dos demais e, para tanto, há que ter socialização de conhecimentos.

Que o professor trabalhe, o tempo todo, a auto estima, auto imagem, tolerância, virtudes, ética....

Que o professor faça intervenções pontuais durante a execução das atividades para que os alunos progridam. Perguntar se não está faltando ou sobrando letra por exemplo, pedindo que o alunos leia apontando com o dedo para ver onde está faltando ou sobrando letra, por exemplo.

Que o professor respeite o tempo e ritmo de cada cça.

Que o aluno veja no professor alguém em quem ele pode confiar, um amigo que o respeita e jamais o exporá diante da sala, não o comparará com outros, não causará nenhum constrangimento e lhe dará orientações importantes para que siga com confiança na construção de seus conhecimentos.

Que o professor consiga um clima de respeito, amizade e solidariedade na sala.

Que as atividadade não sejam voltadas para o siga o exemplo, para atividades infinitas de memorização ( recrimino a decoreba não o trabalho com memorização) e que tragam desafios que os alunos sejam capazes de resolver (não fáceis que ele faça sem pensar, nem tão difíceis que ele não consiga resolver).

OS CANTINHOS QUE CREIO IMPORTANTES TER EM SALA DE AULA

CANTINHO DA LEITURA: gibis, livros, revistas, textos impressos de forma geral (folhetos, propagandas...também) tudo separadinho de forma atrativa (tenho um expositor de revistas na sala, uma caixa com os livros e outra com textos variados)

CANTINHO DA GEOGRAFIA: com um globo e mapas que as cças podem manusear e também maquetes que eles produzem

CANTINHO DOS DICIONÁRIOS: onde eles podem pegar o dicionário para procurar palavras ou mesmo manusear e ler a vontade

CANTINHO DOS JOGOS DIDÁTICOS: onde eles tem acesso a joguinhos fabricados ou mesmo feitos com sucata por eles mesmos ou pela professora.

Eles usam os cantinhos livremente quando terminam as atividades ou quando necessário. Sempre precisam manter os mesmos organizados.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Como fazer da rotina uma aliada


Preparar cada aula, organizar o material didático, levantar diferentes recursos para ensinar um conteúdo e cuidar da ambientação da sala - sem abrir mão da formação continuada. São muitas as atividades que constroem o dia-adia do professor. Orquestrar todas com maestria é a chave para atingir os objetivos. Lúcia Ferreira é professora do 2º ano na EMEF Chico Mendes, em Porto Alegre, e diz que a rotina é fundamental para garantir o bom andamento das atividades (leia no quadro abaixo um relato da professora sobre o papel da rotina em seu trabalho). "Essa preparação é essencial para que a aula transcorra conforme o esperado", diz Valéria Roque, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e do Centro Universitário de Belo Horizonte. Confira a seguir algumas das práticas mais eficazes para criar uma rotina que ajude a melhorar o desempenho da turma. 

Ter um jeito próprio de se organizar 
Não existe certo ou errado quando se fala em rotina profissional. Cada professor precisa descobrir as ferramentas que melhor se encaixam ao seu estilo de trabalho. Pode ser um bloco do tipo agenda, um caderno tradicional ou um arquivo de computador. 

Planejar com antecedência 
Separar o material didático previsto para ser usado na semana seguinte e reservar um dia para rever o roteiro de atividades é sempre bom para garantir que nenhum detalhe seja esquecido. 

Reservar espaço para estudar 
Manter-se atualizado, tanto em relação aos conteúdos quanto à prática de sala de aula, é fundamental. Você pode fazer um mestrado, uma especialização ou apenas estabelecer uma rotina de estudos em casa (com muitos livros e pesquisa via internet). O que vale é crescer sempre. 

Organizar o espaço 
As atividades previstas para o dia serão desenvolvidas individualmente ou em grupos? Prever a melhor maneira de ambientar a sala de aula é o primeiro passo. 

Compartilhar o planejamento 
"Contar aos alunos o que será feito ao longo do dia é importante por dois motivos. Em primeiro lugar, porque eles ficam mais confortáveis, sem aquela euforia de 'o que será que vem agora?'. Depois, porque faz com que saiam da postura passiva de quem está sempre aguardando um comando", explica Karen Elizabete Nodari, coordenadora do núcleo de Orientação e Psicologia Educacional do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 

Definir as tarefas 
Cada conteúdo exige um tipo de atividade (leia mais nesta reportagem). Enquanto os alunos produzem textos ou resolvem problemas, uma boa dica é circular pela sala, acompanhando a evolução de cada um. "Se você decide passar um filme, por exemplo, é essencial preparar um pequeno roteiro para a turma, com pontos a ser observados", diz Valéria Roque. 

Prever atividades extras 
Nem tudo sai conforme o previsto, certo? Portanto, ter na manga algumas tarefas capazes de envolver a turma é sempre bom. No dia-a-dia, isso vale também para aqueles alunos que sempre terminam tudo antes dos outros - mas não podem ser deixados de lado. 

Antecipar a aula seguinte 
Encerrar o dia informando o que será realizado no dia seguinte é uma ótima estratégia porque gera uma expectativa positiva e permite que os alunos se preparem melhor ao compreender que há continuidade no processo educativo. 

Trocar idéias na escola 
Reuniões com os colegas, a coordenação pedagógica e a direção são fundamentais para revisar o planejamento e encaminhar as questões mais relevantes. 
Pensar grande 

"É preciso ter uma visão de conjunto para poder planejar a rotina diária", resume a professora Lúcia, de Porto Alegre. "Mecanismos de registro ajudam muito nesse sentido. Alguns preferem escrever, outros preferem fazer esquemas. Só não pode mesmo é fazer tudo de cabeça."
           

Em momentos como esse de planejar, falas como esta de Celso dos Santos Vasconcellos, publicada na Revista Nova Escola, http://revistaescola.abril.com.br/ podem nortear o trabalho dos educadores.

Planejamento e Avaliação

''Planejar é antecipar ações para atingir certos objetivos''
                                                                                                            Celso dos Santos Vasconcellos



Especialista critica a burocracia e diz que o coordenador pedagógico deve se aliar a outros colegas para não se sentir sozinho.
Celso dos Santos Vasconcellos já foi professor, coordenador pedagógico e gestor escolar. Ao longo de sua extensa carreira de educador, participou de inúmeros processos de planejamento nas escolas e gosta de dizer que aprendeu muitas lições. "Às vezes, há uma tentação enorme de ficar gastando tempo com problemas menores, quase sempre da esfera administrativa ou burocrática. Justamente por isso é tão importante planejar o planejamento", afirma. Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, mestre em História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e autor de diversos livros sobre esse assunto, o especialista fala na entrevista a seguir a respeito dos meandros do processo de elaboração das diretrizes do trabalho da escola.


Por onde se deve começar um bom planejamento?

CELSO VASCONCELLOS Depende muito da dinâmica dos grupos. Existem três dimensões básicas que precisam ser consideradas no planejamento: a realidade, a finalidade e o plano de ação. O plano de ação pode ser fruto da tensão entre a realidade e a finalidade ou o desejo da equipe. Não importa muito se você explicitou primeiro a realidade ou o desejo. Então, por exemplo, não há problema algum em começar um planejamento sonhando, desde que depois você tenha o momento da realidade, colocando os pés no chão. Em alguns casos, se você começa o ano fazendo uma avaliação do ano anterior, o grupo pode ficar desanimado - afinal, a realidade, infelizmente, de maneira geral, é muito complicada, cheia de contradições. Às vezes, começar resgatando os sonhos, as utopias, dependendo do grupo, pode ser mais proveitoso. O importante é que não se percam essas três dimensões e, portanto, em algum momento, a avaliação, que é o instrumento que aponta de fato qual é a realidade do trabalho, vai aparecer, começando o planejamento por ela ou não.

É possível realizar um processo de ensino e aprendizagem sem planejar?
VASCONCELLOS É impossível porque o planejamento é uma coisa inerente ao ser humano. Então, sempre temos algum plano, mesmo que não esteja sistematizado por escrito. Agora, quando falamos em processo de ensino e aprendizagem, estamos falando de algo muito sério, que precisa ser planejado, com qualidade e intencionalidade. Planejar é antecipar ações para atingir certos objetivos, que vêm de necessidades criadas por uma determinada realidade, e, sobretudo, agir de acordo com essas ideias antecipadas.


O diretor e o clima organizacional



Algumas atitudes que reforçam a posição de liderança e contribuem para a formação de um clima organizacional positivo ainda não são reconhecidas como tal por boa parte dos diretores. Questionados sobre as características do bom gestor, foi tímido o apoio às frases "incentivar o trabalho em equipe" (apenas 6%), "saber delegar" (4%) e "ter iniciativa para realizar projetos" (3%) - atitudes que ajudam a obter mais comprometimento de professores e funcionários. O fato de 5% concordarem que é preciso "ter organização no trabalho" revela que boa parte dos gestores não tem consciência de que a atenção à rotina escolar é um dos componentes do bom ambiente. A boa notícia é que as reuniões com funcionários são realizadas com certa frequência, assim como a revisão do projeto político pedagógico. 
Fonte FVC/Ibope


Por lei, já existem na organização escolar diversos fóruns que permitem a participação de todos (é o caso da elaboração do projeto político pedagógico, das discussões nos conselhos escolar e de classe e dos HTPCs). O que as pesquisas mostram é que falta usá-los corretamente e garantir, além da presença, o envolvimento da equipe. 


Para isso, a equipe precisa se sentir apta a questionar e propor ideias, atitudes que serão mais frequentes quanto mais o gestor investir na formação permanente de suas equipes. "Isso também fortalece as relações de confiança e permite que o gestor delegue mais", afirma Adriana Cancella Duarte, professora do Departamento Escolar da UFMG. 



Portanto, para promover um bom clima organizacional, é preciso: 
- Organizar reuniões regulares com os envolvidos de cada setor para acompanhar, avaliar conjuntamente e discutir a melhor forma de trabalhar. 
- Criar comissões de cogestão por área para ajudar na tomada de decisões. 
- Planejar a formação permanente dos funcionários para que todos se sintam capacitados a atuar com autonomia. 
- Respeitar as funções de todos, ajustando a rotina de forma a valorizar as ações que promovem a melhoria do aprendizado e excluindo as que não têm relação com os objetivos da escola. 
- Envolver toda a comunidade escolar na discussão do projeto político pedagógico. 
- Monitorar quanto tempo é gasto com cada atividade e tentar se reorganizar, para perder menos tempo com emergências. Reuniões regulares com os funcionários ajudam muito para isso. 
- Montar um conselho gestor com representantes de vários setores para trocar ideias. 
- Delegar o que pode ser delegado.